Segue o que pretendo aprender e os respectivos mottos para cada área de conhecimento:
Ferramentas: Ir Além da JVM.
Após mais de uma década trabalhando com Java
, invariavelmente mergulhando em outras linguagens que rodam na JVM como Scala
, Groovy
e Kotlin
meu objetivo esse ano é diversificar minha stack em ambiente profissional. Estou interessado em trabalhar com Python
e Node.js
, mesmo que isso signifique dar um "passo para trás" temporário em minha carreira. Eu tive uma breve experiência com Python em uma startup e adorei; infelizmente acabei saindo da empresa muito rapidamente e não deu tempo para absorver tudo o que aprendi. No meu tempo livre também estou brincando com Python para fins específicos. Já tenho inclusive um ambiente Spark
montado (estive experimentando com sistemas distribuídos em Scala, agora devo focar em portar algumas das minhas aplicações toy para Python). Também tive uma excelente experiência desenvolvendo pequenos micro-serviços com .NET Core (no Linux, com o Visual Studio Code e o Rider), e, se conseguir, também gostaria de levar esses estudos em paralelo.
Técnicas: Rever fundamentos e me tornar um programador melhor.
Tive a sorte de ter mergulhado em DevOps, sistemas distribuídos e Cloud Computing já faz algum tempo (Slides de uma Palestra minha sobre o assunto em 2013). Isso me abriu excelentes oportunidades profissionais e iniciou um círculo virtuoso em que curiosidade e conhecimento ampliam oportunidades para experimentação e vice-versa (certamente recomendo esse caminho).
De forma mais rasa também molhei meus pés no mundo de Data Engineering e aprendi o que consegui sobre Big Data. Dentro das minhas limitações, aprendi até um pouco sobre Data Science.
Esse ano porém, razoavelmente liberto da necessidade de estudar "o assunto quente do momento", meu objetivo é voltar as raízes e trabalhar meu conhecimento de base. Em suma: Boas práticas de Desenvolvimento de Software, Design, Algoritmos, Redes e Arquitetura de Computadores.
Em especial, comprei o Clean Architecture (O último da série de livros "Clean" do Uncle Bob) e a segunda edição do Refactoring (que por decisão do Martin Fowler, usa JavaScript ao invés de Java). Também desenterrei a cópia de Cracking The Coding Interview que comprei em 2015. Para complementar, possuo acesso a uma biblioteca virtual com livros clássicos de computação. Está sendo divertido revisitar livros da época da faculdade (em versões atualizadas e em Inglês), já com maturidade para absorver melhor o que os autores estão tentando passar. Entre os destaques da categoria "Vale a pena ler de novo" estão: Computer Networking: A Top-Down Approach, Introduction to Algorithms e Computer Organization and Architecture.
Comportamento / processo / metodologias: Desenvolvimento "laboratorial": Experimentação -> POC -> MVP (ou morte!)
Agile agora é razoavelmente mainstream; como alguém eternamente desgostoso com o estado das coisas, tenho que fazer ecoar a palavra de Martin Fowler, e, até certo ponto, dar o braço a torcer para o Erik Meijer. A coisa não está funcionando como deveria. O entusiasmo de programadores e os valores do Agile, ao meu ver, foram subvertidos pela indústria em mais um produto para coaches e evangelistas. Em especial, Scrum parece ter virado o refúgio de muito gente que não entendeu a essência do Manifesto Ágil. A culpa não é "deles", é nossa.
Após anos experimentando novas áreas, trocando ou acumulando funções de liderança técnica, gerência de projetos, arquitetura de soluções e arquitetura empresarial eu fiz as pazes comigo mesmo e com o princípio de incompetência de Peter. Finalmente entendi quem sou e onde quero estar.
Dessa forma, volto a essência do modelo Jedi / Padawan (ou Sith Master e Sith apprentice; aqui não há discriminação de lado da força :D); algo que vale tanto para aprendizado quanto para execução.
Em 2019 eu gostaria de trabalhar com RTD, busco uma oportunidade com foco em experimentação e desenvolvimento de protótipos. Funciono bem trabalhando em pequenas células razoavelmente autônomas. Gosto de exercer o papel de mentor para programadores menos experientes, sinto também muita falta de um mentor mais experiente acompanhando o meu progresso. Em especial, me faz falta a presença de alguém que me ajude a explorar boas ideias e, por outro lado, saiba trabalhar meu entusiasmo quando for hora de parar de investir ou até mesmo jogar fora ideias que levarão a um beco sem saída.
Resumindo os pontos acima: Vejo 2019 como um ano para "reaprender" ferramentas e técnicas de base. Mais do que isso, é um ano para reaprender o que eu acho que sei, incluindo o que acho que sou e a forma como acho que devo aprender.